Coronavírus, nosso vírus


De onde vêm os vírus? E o coronavírus? Saltam as respostas fáceis que temos na ponta da língua. E de onde vêm nossas respostas? Essa segunda pergunta não será diretamente abordada aqui.

Acredito que e resposta campeã é que o coronavírus veio dos bichos. Já estava lá, mas sem entrar em contato com os seres humanos até que estes, que somos nós, o liberaram desta restrição. Como? Ora, infringindo as leis que regem a natureza sem realmente compreendê-la. Sim, mas como ele foi criado? Quando? Como foi parar ali nesse momento?

A resposta simples nos exclui do processo da criação e nos atribui a culpa apenas de o tirarmos de seu lugar. Mas será que somos tão inocentes assim na gênese dos vírus e de muitas outras ocorrências da natureza, algumas das quais muito perigosas para nós? Não acredito nisso. E mais; creio que nós somos responsáveis pela criação desse vírus a partir de nossos comportamentos, pensamentos, sentimentos e intenções.

Vou lançar aqui uma visão para refletirmos um pouco. Ela não é mais nenhuma novidade, mas acredito que ainda não faça parte da forma como nos vemos no meio de tudo o que nos cerca e que julgamos externo a nós. Falo da existência conjunta, além de simplesmente conectada, de tudo o que existe. Isso nos inclui nesse todo onde tudo está sendo constantemente criado e transformado por todos os seus integrantes. Sendo assim, nós também criamos juntos. Acredito que cada parte, nós inclusive, participa mais diretamente na criação de tudo o que a cerca e que tem influência direta na sua existência e de seus descendentes.

Considerando essa possibilidade é razoável se supor que nós tenhamos participado na criação deste coronavírus. Como? Essa resposta pode estar naquilo que oferecemos ao mundo com nossa existência e eu enumeraria aqui nossas ações, pensamentos, sentimentos e intenções. Loucura? E se você não estivesse aqui, poderia imaginar a possibilidade disso tudo? Não chamaria a tudo isso de loucura também?

Vejamos uma cosmologia ainda não adotada como a visão de todos, mas creio que a caminho. Onde estamos? De que é feito e como funciona esse universo? A ciência nos disse, há mais de cem anos e tendo entre seus mais conhecidos porta-vozes na época Max Planck e Albert Einstein, com suas teorias da física quântica e da relatividade, que o espaço e o tempo não são fixos nem imutáveis, como propusera Isaac Newton aproximadamente duzentos anos antes disso. Mais tarde, no final do século XX, foi proposto que o universo é constituído de 4% de matéria normal, 23% de matéria escura e 73% de energia escura – e essa visão está tendo algumas comprovações. Como só conhecemos a matéria normal, 96% do universo é desconhecido para nós (1).

O que tem nesse desconhecido? Seja o que for, nós vivemos nele, pois ele é o universo na sua quase totalidade. E podemos dizer que uma parte nossa – a maior? – habita esse desconhecido. Pensemos através de exemplos: o que é a acupuntura? Que pontos são esses que estão sobre meridianos não físicos em nosso corpo e não seguem a estrutura física do sistema nervoso? De que são feitos? Seja o que forem, é fato sabido e reconhecido que, estimulando-os apropriadamente, podemos incrementar o equilíbrio de uma pessoa e obter curas específicas. Não há mais dúvidas sobre isso. E os chacras, vórtices de transferência de algo não físico para nossos corpos físicos, o que são exatamente? Transferência do que e de onde? O Reiki, técnica milenar de imposição das mãos sobre o corpo, incrementa essa transferência e também já é bem conhecido no mundo ocidental também na utilização para cura. Não é necessário mais do que isso para sabermos que estamos lidando com fatos conhecidos e comprovados de que há uma parte de nosso corpo que não é física. Até onde ela vai? Proporcionalmente, o quanto de nosso corpo ela representa?

Sem dúvida, nossos corpos habitam essa parte desconhecida do universo, mas o que chamamos de realidade é o que percebemos a partir do nosso estado de consciência ativo quando estamos acordados e imersos em nosso dia a dia no mundo material. A outra parte deve estar “apenas” coordenando tudo se for dela a rigem do que somos, como sentimos, como reagimos e como damos valor ao que acontece.

Ainda sobre esses desconhecidos 96% do universo temos os experimentos da física realizados no mundo subatômico que constataram que a presença de observadores altera o que acontece nas manifestações físicas observadas. O experimento da fenda dupla, desenvolvido em 1927 pelos estado-unidenses Clinton Davisson e Lester Germer, é um clássico exemplo que, há décadas, repetidamente tem comprovado essa interferência (2).

Também é fato conhecido experimentalmente no mundo subatômico que existem conexões diretas entre objetos físicos que foram denominadas não locais. Quando um é alterado o outro conectado a ele sofre consequências imediatas por uma conexão desconhecida que, se estivesse no mundo físico, teria uma velocidade consideravelmente superior à da luz. Parece que o efeito é imediato. Será possível que essas conexões não locais atuem também no mundo macroscópico? É provável.

Se existem conexões diretas não locais, então elas devem existir em algum lugar não físico, talvez nessa parte majoritária e desconhecida do universo ou em outras dimensões. Os cientistas da física quântica teorizaram um universo constituído por campos quânticos e de informações, assim como antes foram teorizados os campos gravitacionais e os eletromagnéticos, já documentados e observados. Não seriam esses campos de informações os tais campos Akáshicos? Não teriam estes relação com o ainda hipotético campo morfogenético, teorizado por Rupert Sheldrake, que explicaria a emergência simultânea da mesma função adaptativa em populações biológicas não-contíguas? E onde estariam armazenadas as informações familiares transgeracionais, já bem observados na técnica milenar de resolução de conflitos dos Zulus e trabalhada nas Constelações Familiares de Bert Hellinger, assim como na psicologia? A resposta fácil, pra quem deseja colocar tudo o que existe dentro do mundo físico, é a transmissão genética via DNA. Mas quem comprovou que a presença de tanta informação transgeracional está escrita nestas moléculas? E, além das informações que fazem parte da famílias diretas de cada um, tem espaço na molécula também para as informações da espécie Homo sapiens e de outros seres que habitam por aqui? É mais seguro pra quem busca saber não colocar nenhuma visão, nem mesmo a defendida aqui, como a verdade última e nem como comprovável utilizando nossos métodos atuais.

Uma coisa é certa; este novo coronavírus que saiu dos bichos não existe desde sempre. É provável que ele tenha sido criado depois de outros vírus e dos coronavírus anteriores, o que faz dele uma criação recente na escala de tempo de nossa história. Então, como ele foi criado? O que foi que fez com que esta molécula de RNA específica aparecesse? Existe a teoria da evolução, mas, nesse caso, refiro-me a que fatores, precisamente falando, fizeram essa molécula evoluir para o que ela é e não para outra. E a chegar em nós agora, e não em outro momento. Sim, é possível que tenha sido um mero acaso, mas uma observação atenta desse universo mostra que ele é feito de muitos “acasos” bem ordenados e sincrônicos, muito além do que seria estatisticamente esperado. Não é difícil se obter mais informações sobre isso através de uma pesquisa nas descobertas de meios científicos confiáveis.

É muito importante refletirmos e aprendermos sobre isso agora, pois a história da humanidade chegou num momento de transição, quer queiramos ou não. E essa não é uma transição que nos levará a uma situação onde uma mera troca de sistemas administrativos, como os políticos e econômicos, irá resolver. Isso irá apenas mudar a forma de manifestarmos nossos mesmos problemas, oriundos de memórias de nossa história, principalmente as reprimidas e inconscientes armazenadas num campo de informações que se manifesta também no inconsciente coletivo observado e relatado por Jung. Mudanças agora implicam em:

  • num primeiro momento acreditarmos, pela fé, que estamos juntos e que o que cada um fizer, pensar, sentir e intencionar, afetará a todos;
  • num segundo momento, de fato sabermos sobre isso;
  • num terceiro momento, sermos assim instintivamente.

Por agora, acredito que o primeiro momento será o possível e aceitável para a maioria. Mas, devemos saber que toda mudança gera luta, muitas vezes violenta, daqueles que a temem. Farão de tudo para manter seu mundo conhecido vivo. Mas, certas mudanças são como o nascimento de cada um aqui; elas acontecerão. E fim. E numa transição, algo morre para outro nascer. O feto morre para nascer o bebê que morre para nascer o jovem que… e assim por diante.

Acredito que nós temos responsabilidade na criação desse vírus e não apenas pela sua liberação. Nós somos também responsáveis pela criação desse mundo. Num primeiro momento nossas ações criam consequências sociais e, entre elas, muitas injustiças e crimes contra nós, os outros habitantes deste planeta e ele próprio. E isso tudo fica registrado e passa a atuar na forma como pensamos, sentimos e agimos e, assim, não ficamos livres e felizes. Fazemos isso não apenas atuando, mas também – e talvez mais por isso – pensando, sentindo, sonhando e intencionando. Somos cocriadores de nosso mundo e vida. Fomos, como muitos creem, criados à semelhança do Criador e, se assim é, devemos ter alguns poderes semelhantes ao dele em uma escala menor. Disse Hermes Trismegisto: “Assim como é em cima é embaixo”.

Acredito em karma pessoal e da humanidade. Acredito que nada pode ser feito sem gerar consequências e creio que ninguém escapa do que fez. O tempo é longo e vence sempre. E não há para onde fugir. Vivemos num universo extremamente organizado e justo. Pensando bem, ouso dizer que não acredito, mas, de alguma forma, sei. Você também sabe?

Referências

(1) http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/universo-atual.htm em 08/05/2020.

(2) https://super.abril.com.br/blog/alexandre-versignassi/o-verdadeiro-segredo-da-fisica-quantica/ em 08/05/2020.

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Provocando a natureza


TRINK reabre na quarentena antiCOVID numa despedida antes de se tornar… surpresa!
Façamos, neste ritual de passagem, reflexões movidas pelo isolamento social.

O atual coronavírus, origem da doença COVID-19, é assunto mundial porque nós provocamos a natureza e ela, em resposta, o mandou para nós. O resultado é que essa humanidade, que se acha muito poderosa com toda sua tecnologia em pleno século XXI, teve que se render, rapidamente, a uma molécula de RNA. Nada além de uma molécula muito complexa envolta numa estrutura que a torna capaz de invadir células, alterar elas e se reproduzir dessa forma. Sim, uma molécula contra a humanidade. E não esqueçamos que poderia ter sido outro vírus que se reproduzisse mais rápido e que levasse a todos os infectados a morte certa em um dia. Neste caso, poderíamos já estar com um quarto da humanidade morta e, se não descobríssemos como proceder em no máximo alguns meses, completamente extinta em breve. Há alguém que ainda duvide disso?

Mas não, a natureza foi bondosa e optou em apenas parar quase totalmente a humanidade e lhe aplicar uma surra. Para isso, só usou um vírus. Uma molécula que sabe se reproduzir. O que nos cabe nessa situação, além de buscar a cura para a doença COVID-19 provocada por ele? Talvez a resposta esteja na alternativa imediata que encontramos na luta contra esta pandemia; o isolamento social. O que isso pode nos ensinar? Acredito que, ao menos, temos que refletir sobre nós mesmos e a humanidade, especialmente a respeito de nossas intenções e planos com foco no que não está dando certo. Vamos abordar poucos e importantes temas para essa reflexão.

A humanidade, como um todo, tornou-se suicida. A forma como ela usa os recursos da Terra e produz lixo e os mais diversos tipos de poluição a levará, inevitavelmente, a um doloroso e iminente colapso. Isso sem considerarmos os problemas sociais num mundo com tanta exclusão, concentração de riquezas, diferenças sociais, escravização, fome e uma série de outras enfermidades. Se considerarmos apenas a questão da biosfera, e nossa forma de tratá-la em larga escala, fica claro que estamos em xeque. É necessário entender que o poder e a tecnologia de toda a humanidade não é páreo, nem remotamente, contra a natureza em uma batalha. Ela vencerá sempre e ainda tem o longo tempo a seu favor. Contextualizando, nos últimos quinhentos anos de acelerado crescimento demográfico e tecnológico chegamos à beira do precipício e esse tempo, para ela, é quase nada.

Estamos mal. Julgamos a natureza como algo externo que podemos usar para nosso deleite sem entender que nós somos parte dela e só estamos aqui por causa de sua totalidade. Por causa disso, estamos diante de um vírus que nos paralisou e colocou em isolamento social. Esse é o quadro. A partir dele, sozinhos em casa ou acompanhados apenas pelas nossas famílias e perto dos vizinhos, é hora de entendermos que, se não estivermos equilibrados pessoalmente e com os próximos, não teremos como construir uma humanidade saudável. Hora de olharmos para nós mesmos. Hora de olharmos para nossas verdadeiras necessidades e das pessoas próximas. Hora de cuidarmos a nós e aos outros. Hora de tratarmos com respeito a natureza.

Aqui no Brasil – e no resto do mundo – estamos em quarentena porque alguns chineses desrespeitaram a natureza do outro lado do mundo. Eles acharam que não teria problema algum em pegar vários animais selvagens e juntarem-nos, mesmo sabendo que isso não aconteceria no seu ambiente natural, empilhando-os vivos e muito próximos para serem vendidos. Um vírus foi produzido, mesmo que em momento anterior a esse, e ali foi liberado para chegar até o ser humano. Ele deu a volta ao mundo, graças as inúmeras viagens que fazemos – mas creio que o faria por seus próprios meios caso fosse necessário –, e nos colocou presos em casa. Ele fez isso em escala mundial, já matou muitos e matará mais. Uma única afronta à natureza produziu esse resultado.

O que esse vírus quer nos dizer? Do que necessitamos realmente? É seguro alterar a natureza considerando apenas nossas formas pessoais e abstratas de valorizar as coisas? Sim, abstratas, pois a natureza, e as leis que a regem, é o que realmente existe e nos dá a vida e não as teorias econômicas que seguimos. Essas teorias todas sucumbirão, no máximo, com a humanidade. E a natureza continuará intacta para a(s) próxima(s) humanidade(s) – ou outras formas de vida talvez mais evoluídas. Percebo, esperançoso, que muitos estão se questionando isso e muitos já estão agindo de forma a reequilibrarem suas necessidades e de ajudarem a humanidade a dar passos mais conscientes daqui em diante. Mas, outros tantos, ainda creem em falsos mitos.

Em termos de necessidades, minha visão é que precisamos de ar, água, comida, amor e condições para o crescimento pessoal de cada indivíduo para construirmos o que nossa criatividade permite. Tudo isso sempre respeitando a natureza. E que nunca devemos esquecer que, seja o que for que fizermos e por mais prepotentes que nos sintamos, tudo está de acordo com o que as leis que regem a natureza nos permitem, inclusive atacá-la. Os ataques serão prejuízos para nós e para os outros seres, tudo no seu devido tempo. Por exemplo, imagine um ataque contra a lei da natureza que nos impõe a respiração. Sim, imagine se alguns revoltosos decidirem criar o movimento dos que não respiram mais. É possível, com ajuda externa, por poucos – bem poucos – minutos. O preço é cobrado logo e custa a própria vida do revoltoso. Nesse ponto, a natureza não nos permite nem mesmo imaginar essa possibilidade, muito menos enfrentá-la. Pois bem, todos os outros enfrentamentos contra suas leis, mais cedo ou mais tarde, cobram seu preço da mesma forma.

O coronavírus está nos dizendo “Acordem enquanto ainda podem!”. Torço para que consigamos seguir o conselho dele, mas confesso que, as vezes, torço pelo coronavírus. Olhando de fora seria como dizer que essa humanidade já teve seu tempo e não entendeu. “Chega! Vamos limpar tudo e dar lugar para a próxima”. Eis um tipo de sentimento, que sei que habita muitos, que é outro diante do qual devemos nos reposicionar. Ou não. Seja como for, inevitavelmente as consequências acontecerão, mais cedo ou mais tarde. A Natureza é justíssima. E ninguém escapa. Ninguém.

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